A venda do mando de campo do jogo entre Botafogo-PB e Flamengo, válido pela partida de ida da 3ª fase da Copa do Brasil, alterou radicalmente a logística das duas equipes. O confronto, que originalmente aconteceria em João Pessoa, foi transferido para o Castelão, em São Luís, capital do Maranhão, a 1.569,3 km da capital paraibana. O anúncio foi feito pelo CEO do Belo, Alexandre Gallo, e a mudança impacta diretamente o calendário e o planejamento físico dos dois clubes.
A partida está marcada para o dia 1º de maio, uma quinta-feira, às 20h. E a nova sede impõe desafios logísticos e físicos, principalmente ao Botafogo-PB, que, mesmo sendo o mandante, perderá o fator casa e terá que atravessar estados para jogar diante do Rubro-Negro carioca, que é o atual campeão da competição.
Como fica o Botafogo-PB
Antes de encarar o Flamengo, o Botafogo-PB terá compromisso pela Série C no domingo (27), contra o ABC, no Almeidão. Após o jogo, a delegação alvinegra encarará uma viagem longa e complexa até o Maranhão. Como não há voos diretos de João Pessoa para São Luís, o Belo deverá seguir por via terrestre até Recife — de onde partem voos diretos para a capital maranhense. Caso opte por sair da própria capital paraibana, enfrentará mais conexões e, consequentemente, uma viagem ainda mais demorada.
A estimativa é que, mesmo com a melhor logística possível, o deslocamento total do Alvinegro da Estrela Vermelha entre João Pessoa e São Luís leve até 10 horas, somando o trajeto terrestre, o tempo de espera em aeroportos e o voo.
Distâncias e impacto logístico
João Pessoa → São Luís: 1.569,3 km
São Luís → Campinas (onde enfrenta o Guarani): 2.412 km
Após o duelo no Castelão, o time terá compromisso em Campinas, no interior de São Paulo, onde encarará o Guarani no domingo (4), pela Série C do Campeonato Brasileiro. Ao todo, entre os dias 27 de abril e 4 de maio, o clube deve percorrer cerca de 4 mil quilômetros, em uma verdadeira maratona interestadual.
Como fica o Flamengo
O Flamengo também precisará se adaptar. No domingo (27), o Rubro-Negro enfrenta o Corinthians no Maracanã. Depois, viaja para São Luís para o confronto da Copa do Brasil, no dia 1º de maio. A tendência é que, após o jogo contra o Botafogo-PB, a delegação retorne ao Rio de Janeiro antes de seguir para Belo Horizonte, onde duelará contra o Cruzeiro, no domingo (4), pela Série A do Brasileirão.
Distâncias e impacto logístico
Rio de Janeiro → São Luís: 2.936 km
São Luís → Belo Horizonte (via Rio): mais de 2 mil km adicionais
No total, o Flamengo poderá percorrer mais de 5 mil quilômetros em apenas oito dias. Caso a delegação opte por seguir diretamente de São Luís para Belo Horizonte, sem retornar ao Rio de Janeiro, esse trajeto mais direto reduziria o tempo de voo, mas ampliaria a permanência fora da base. Ainda assim, a tendência é que o clube volte primeiro para o Rio, utilizando a estrutura do Ninho do Urubu para recuperação e treinos, antes de seguir para Minas Gerais.
Impacto técnico e físico
A mudança compromete o tempo de recuperação dos atletas, reduz o espaço para treinos presenciais e impõe maior desgaste físico. Para o Botafogo-PB, o impacto é ainda maior: além do tempo em trânsito, o clube perde o mando real de campo e não contará com o apoio da torcida no Almeidão. Em termos práticos, o clube paraibano vai jogar duas partidas fora de casa, diante do Flamengo, que terá maioria da torcida nos dois jogos.
Apesar disso, todos os custos da logística — passagens, hospedagem, deslocamentos e até impostos — estão cobertos dentro do valor de R$ 6,3 milhões negociados na venda do mando, ou seja, não sairão diretamente dos cofres do clube da capital paraibana.
Para o Flamengo, embora a rotina de viagens seja mais frequente na Série A, o trajeto Rio–São Luís–Belo Horizonte exige um esforço relevante — especialmente porque a Copa do Brasil, apesar de importante, é tratada como a terceira prioridade do clube em 2025, atrás do Brasileirão e da Conmebol Libertadores. Ainda assim, a logística extra aumenta o risco de desgaste e lesões em um elenco já pressionado pelo calendário apertado.
A mudança de sede para São Luís transforma o jogo em um evento itinerante com impacto direto na preparação física, técnica e logística das duas equipes. No fim das contas, o duelo entre paraibanos e cariocas agora também será uma disputa contra o relógio, o cansaço e a geografia.
ge PB