O Partido Socialista Brasileiro (PSB) de João Pessoa publicou nota sobre a campanha eleitoral deste ano. Para a sigla, revelo pobreza de propostas dos outros candidatos e ‘ataques covardes a Ricardo Coutinho’.
Os socialistas ainda anunciaram que não apoiarão ninguém no segundo turno.
De acordo com o partido uma vitória de Cícero seria um “gigantesco retrocesso”. Já se o vencedor for o radialista Nilvan Ferreira, vencerá o falso moralismo, a demagogia, o oportunismo e a negação da política.
Veja íntegra:
A campanha eleitoral de 2020 em João Pessoa revelou dois pontos vergonhosos de unidade entre os principais candidatos: a pobreza de propostas e projetos para a cidade e os ataques covardes ao candidato do PSB. Ricardo Coutinho – que há dois anos sofre uma violenta e sistemática campanha de difamação que visa aniquilar sua imagem pública, para alijá-lo da política e desacreditar o projeto e o pensamento democráticos e populares – foi alvo de todo tipo de leviandades, provocações e calúnias. Não custa lembrar que seus detratores, os candidatos Cícero Lucena (PP), Nilvan Ferreira (MDB), Ruy Carneiro (PSDB) e Wallber Virgolino (PATRIOTAS) são ao mesmo tempo representantes e ventríloquos do punhado de famílias acostumadas a mandar e a enriquecer às custas do dinheiro público.
A exemplo do que vem acontecendo em nosso país, desde que as forças democráticas e progressistas alcançaram o poder pelo voto popular, interromperam o ciclo de hegemonia e controle das elites atrasadas e autoritárias, construíram uma experiência de gestão exitosa para o crescimento econômico e desenvolvimento social para, em seguida, serem depostas, por um processo que visa criminalizar as suas principais lideranças políticas através de campanhas difamatória que se origina no interior de instituições do Estado democrático tendo o setores do sistema judiciário e a grande mídia como seus principais instrumentos de manipulação.
Como no modelo nacional, já desmascarado e mundialmente conhecido como “lavajatismo”, a versão paraibana denominada perversamente de “Calvário” é multiplicada e distorcida por grandes empresas de comunicação que tiveram seus interesses dinheiristas contrariados por oito anos dos governos de Ricardo Coutinho e por um exército de blogueiros de ocasião, bancados com dinheiro público. Assim é que, aqui e nacionalmente, temos testemunhado práticas condenáveis que convertem os institutos do Estado democrático de direito em letra morta, ao mesmo tempo em que flertam com o espectro de um Estado-Policial típico das ditaduras.
Outro flagrante dessa ação sistêmica para destruir as proeminentes lideranças progressistas, ocorreu quatro dias antes da votação, quando a candidatura de Ricardo Coutinho sofre um novo golpe! Enquanto diversos processos contra adversários do PSB dormem em escaninhos da Justiça, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu julgar uma Ação de 2014, que já tinha sido rejeitada pelo TRE da Paraíba. A iniciativa extemporânea do Tribunal rapidamente se tornou matéria prima para uma campanha de desinformação movida pelas mesmas estruturas e órgão tendenciosos de imprensa. Desta feita se difundiu a inverídica nulidade da candidatura Ricardo Coutinho, confundindo a população e atingindo o objetivo de promover um imenso prejuízo eleitoral à candidatura do PSB. Ao mesmo tempo – registre-se –, nada foi veiculado pela grande imprensa, para conhecimento público, a respeito das ações e processos criminais nos quais são investigados, acusados ou réus os candidatos que difamaram Ricardo, buscando construir cortinas de fumaça sobre suas condutas e obter empatia eleitoral.
Desse modo, a candidatura do PSB não foi derrotada pelo confronto justo de projetos para a cidade e nem pelo critério da competência e da capacidade comprovada para governar. Foram vencidas, sim, pelas maquinações e interferências absurdas de interesses e estruturas indevidamente politizadas e partidarizadas, que confundiram a opinião pública e o eleitorado com acusações sem provas, sem o direito ao contraditório, com o linchamento público e outras perversidades.
Consideramos ainda, não haver termos de comparação entre tudo o que foi realizado pelos governos do PSB na cidade de João Pessoa – e em todo o estado da Paraíba – e a gestão medíocre, inepta e eticamente duvidosa de Cícero Lucena. Muito menos com o oportunismo do segundo mais votado.
Sobre os candidatos que foram ao segundo turno em João Pessoa, o PSB tem a declarar o que se segue adiante:
1. A eventual eleição de Cícero Lucena representará um gigantesco retrocesso, a volta a um tempo que a cidade imaginava ter superado. Cícero é do Partido Progressista, que na Paraíba é controlado como propriedade da família Ribeiro (dos irmãos Agnaldo e Daniela), da base de apoio do governo Bolsonaro no Congresso e na Paraíba. Além disso, Cícero é apoiado pelo governador João Azevedo, que se elegeu pelo PSB e, em menos de seis meses, traiu o projeto partidário para se aliar a adversários e inimigos dos interesses do povo da Paraíba. A vitória de Cícero Lucena representará, portanto, o avanço da direita oligárquica, que é a própria negação do projeto que o PSB implantou, com tanto custo, para revolucionar a administração do nosso estado.
2. A eventual eleição de Nilvan Ferreira representará, a vitória da negação da política, do falso moralismo, da demagogia e do oportunismo. O perfeito figurino desses tempos tenebrosos de esvaziamento da política, que abrem espaço para incompetentes e pescadores de águas turvas, travestidos de “novas” lideranças. Ilusionistas e manipuladores dos anseios e das dificuldades dos amplos setores sociais. Nilvan Ferreira é do MDB, o partido que, ao lado do PSDB e do PP, liderou o golpe contra a ex-presidenta Dilma, iniciando todo o processo de desconstrução da democracia e das políticas públicas em nosso País. Além disso, essa candidatura, tal qual a outra que disputa o segundo turno não apresenta atributos éticos mínimos que possibilitassem o apoio do PSB.
Nem um nem outro têm nada a oferecer à nossa cidade. Seus compromissos são apenas com eles mesmos e com os grupos de interesse e indivíduos oportunistas que se multiplicaram e enriqueceram como parasitas à sombra de governos retrógrados e autoritários.
Em razão desse cenário, o PSB de João Pessoa anuncia a total impossibilidade de associar a sua trajetória de realizações, sua construção histórica de compromissos ético-políticos com a sociedade pessoense, a essas candidaturas que chegaram ao segundo turno.
Reafirmamos, pois, nosso compromisso inabalável com a construção cotidiana e coletiva de um projeto social fundado nas mais amplas e genuínas práticas democráticas, transparentes, inclusivas, éticas, progressistas, contemporâneas, generosas, orientado para a transformação igualitária da sociedade. Desse modo, no passado recente, transformamos João Pessoa e a Paraíba em modelos de governança pública responsável e solidária, de desenvolvimento e emancipação sociais. Nossa cidade e nosso estado deixaram de ser redutos de oligarquias, exemplos de inépcia e desleixo com a Res pública, para tornarem-se referências em políticas sociais e indicadores socioeconômicos, reconhecidos nacional e internacionalmente.
Nossa cidade, nosso estado e nosso país não vão sucumbir ao autoritarismo, ao ódio, ao preconceito, à desonestidade ética e política, às violências e aos violentos!
Viva João Pessoa!
Viva a Paraíba!
Viva o Brasil!
Partido Socialista Brasileiro. Presente!