O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a questionar a confiabilidade do processo eleitoral brasileiro. Em conversa com apoiadores nesta segunda-feira (16/11), o chefe do Executivo reforçou a desconfiança na urna eletrônica e disse “desconhecer” em que outra parte do mundo o sistema é utilizado.
“Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido. Não deixar margem para suposições. Agora, um sistema que desconheço no mundo onde ele seja utilizado. Só isso e mais nada”, afirmou.
Bolsonaro citou as propostas para a implantação do voto impresso que, na avaliação dele, é mais confiável. O presidente citou Proposta de Emenda Constitucional da deputada Bia Kicis (PSL-DF), uma das mais fiéis de sua base.
“O Supremo disse que é inconstitucional o voto impresso, tem proposta de emenda constitucional na Câmara. Se nós não tivermos uma forma confiável de apurar as eleições, a dúvida sempre vai permanecer, e nós temos que atender a população. Não sou eu quem fala, quem fala é o povo”, opinou.
Um dos maiores entraves do voto impresso é o custo de implantação. Segundo estimativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a novidade, se adotada, custaria R$ 2,5 bilhões.
A cifra inclui desenvolvimento e compra de impressoras e urnas onde seriam depositadas as cédulas, além de custos com pessoal, pois demandaria mais força de trabalho a contagem dos votos em papel.
O projeto até o momento recebeu aval da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), mas não avança na Casa Legislativa desde dezembro de 2019.
Nesse domingo (15/11), o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, ao fazer um balanço parcial da votação, contemporizou a desconfiança sobre os equipamentos. “O Brasil é um país tão singular que até quem ganha reclama de fraude”, ponderou.
Os nomes apoiados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas Eleições 2020 não tiveram bom desempenho nas urnas. Dos 13 candidatos a prefeito respaldados publicamente pelo chefe do Executivo, apenas dois conseguiram se eleger e outros dois levaram a disputa para o 2º turno. Nove aliados do mandatário ficaram pelo caminho.
Uma das derrotas mais significativas dos aliados de Bolsonaro foi a derrocada do candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos-SP), que terminou como quarto mais votado apenas. A disputa, agora, fica entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSol).
Além de Russomanno, Bolsonaro também apoiou a campanha da Delegada Patrícia (Podemos), que ficou em quarto lugar na disputa pela prefeitura de Recife (PE).
Fonte: Metrópoles