Brasil

Por apresentar efeitos mais intensos que o Ozempic, principal concorrente, produto ganhou notoriedade pelo uso off label para emagrecimento

O medicamento Mounjaro, indicado para o tratamento do diabetes tipo 2, chega ao Brasil no dia 7 de junho. Fabricado pela Eli Lilly, o fármaco será comercializado em canetas injetáveis, com doses aplicadas semanalmente, e deve chegar ao preço máximo de R$ 3.627,82 (quatro doses), podendo variar conforme a farmácia. Com a alta procura pelo medicamento, surgem preocupações sobre falsificações no mercado.

A farmacêutica Kariny Saraiva (6721 CRF/CE), membro da Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (Sbrafh) e da American Pharmacists Association (APhA), alerta para os riscos da compra em fontes não autorizadas.

Para identificar se um medicamento é falsificado, verifique a embalagem (detalhes de impressão, código de barras e selo de segurança), confira o número de lote e data de validade, e observe a aparência do medicamento (cor, forma e embalagem interna)”, orienta a profissional, pós-graduada em análises clínicas, toxicológicas, farmácia clínica e hospitalar, com vasta experiência em serviços de alta complexidade.

Ela recomenda que os consumidores adquiram o Mounjaro apenas em farmácias autorizadas e utilizem o site oficial da Eli Lilly para verificar a autenticidade do produto por meio do código impresso na embalagem.

A especialista reforça que medicamentos falsificados podem conter substâncias desconhecidas, além de apresentarem falta de eficácia devido a dosagens inadequadas.

Erros na formulação podem levar a efeitos colaterais mais intensos do que o esperado”, explica.

Ela salienta ainda o risco de se adquirir produtos de forma duvidosa, pois podem não ter seguido os padrões corretos para armazenamento. O medicamento deve ser armazenado em geladeira de 2°C a 8°C e mantido na embalagem original para proteger da luz. Fora da refrigeração, pode ser mantido em temperaturas abaixo de 30°C por até 21 dias.

Para quem deseja iniciar o tratamento, Kariny recomenda buscar orientação médica e seguir rigorosamente a prescrição.

É essencial adaptar a rotina para minimizar os efeitos colaterais e manter um acompanhamento regular”, recomenda.

Caso haja suspeita de falsificação, a orientação é suspender o uso e notificar imediatamente a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o fabricante.

Automedicação

Mounjaro (ou tirzepatida) é um medicamento atua de maneira eficaz no controle glicêmico de pessoas com diabetes tipo 2. Por apresentar efeitos mais intensos que o Ozempic, principal concorrente, o produto ganhou notoriedade pelo uso off label para emagrecimento.

Kariny alerta que o Mounjaro é um medicamento que requer prescrição médica e deve ser utilizado conforme a recomendação de um profissional de saúde, de acordo com a indicação adequada, e alerta sobre os efeitos da automedicação.

O uso do Mounjaro deve ser sempre orientado por um médico para evitar riscos graves. A automedicação pode causar complicações sérias à saúde, tais como: hipoglicemia, problemas gastrointestinais severos, risco de efeitos adversos graves, interação medicamentosa”, reforça a profissional.

Diário do Nordeste

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