O Brasil confirmou o primeiro caso da nova cepa mais letal do vírus da mpox, chamada de Clado 1b, nessa sexta-feira (7), na Região Metropolitana de São Paulo. A paciente, de 29 anos, passa bem e deve ter alta na próxima semana, segundo o jornal O Globo.
A mulher não viajou para as regiões da África onde ocorre o surto da doença, mas recebeu pessoas da República Democrática do Congo (RDC), seu país de origem. A vigilância sanitária investiga como o vírus entrou no País.
Fora do continente africano, o Clado 1b da mpox foi registrado em 14 países, incluindo o Brasil. São eles:
Reino Unido (9 casos)
China (7 casos)
Alemanha (7 casos)
Tailândia (4 casos)
Bélgica (2 casos)
Estados Unidos (2 casos)
Canadá (1 caso)
França (1 caso)
Índia (1 caso)
Omã (1 caso)
Paquistão (1 caso)
Suécia (1 caso)
Emirados Árabes Unidos (1 caso)
Brasil (1 caso)
O que é a mpox
A mpox é uma zoonose causada pelo mpox vírus (MPXV), do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. A doença pode ser transmitida entre animais e seres humanos, sendo a transmissão para humanos causada por meio de contato com pessoa infectada, materiais contaminados ou animais silvestres (roedores) infectados.
Sintomas
A doença é caracterizada por erupções cutâneas que podem aparecer nos órgãos genitais ou na boca. Pode causar febre, dor na garganta ou nos gânglios linfáticos.
Dentre os sintomas da monkeypox, estão:
Erupções cutânea ou lesões de pele
Adenomegalia - Linfonodos inchados (ínguas)
Febre
Dores no corpo
Dor de cabeça
Calafrio
Fraqueza
Os sintomas podem durar de duas a quatro semanas. A característica mais típica da doença é o surgimento de lesões de pele, que começam como pequenas bolhas que evoluem para úlceras. Pode ocorrer febre e surgimento de gânglios palpáveis antes do surgimento das lesões de pele.
Grávidas, crianças e imunodeprimidos têm maior chance de apresentar formas mais graves, como pneumonia e inflamação do sistema nervoso.
Transmissão
Conforme o médico infectologista Danilo Campos, a doença é transmitida principalmente pelo contato com as lesões de pele e por fluidos corporais. Objetos recentemente contaminados podem oferecer risco de contágio.
O Ministério da Saúde alerta que uma pessoa pode transmitir a doença desde o momento em que os sintomas começam até que as lesões de pele tenham cicatrizado completamente.
Diagnóstico
O diagnóstico é laboratorial, por teste molecular ou sequenciamento genético, feito por meio da coleta de material das lesões de pele.
Conforme o Ministério da Saúde, a amostra a ser analisada é coletada, preferencialmente, da secreção das lesões. Quando as lesões já estão secas, são examinadas as crostas das lesões. As amostras são encaminhadas para os laboratórios de referência no Brasil.
Mpox tem cura?
A mpox é autolimitada, ou seja, evolui para cura sem maiores consequências na maioria das pessoas, uma vez que os sintomas desaparecem em algumas semanas após a infecção. O órgão de saúde esclare que, em alguns pacientes, especialmente aqueles com diminuição na imunidade (imunocomprometidos), crianças e gestantes, os sinais e sintomas podem levar a complicações, caso não haja assistência adequada.
Tratamento
O infectologista Danilo Campos afirma que não há tratamento específico para a infecção pelo vírus da mpox. "A atenção médica é usada para aliviar dores e demais sintomas. Casos graves selecionados podem receber um antiviral indicado para mpox", afirma o médico.
O que fazer para se prevenir?
As medidas de prevenção consistem em evitar contato direto com as lesões de pele e a prática de sexo seguro. A orientação da OMS é que pessoas com suspeita ou confirmação da doença devem cumprir isolamento imediato, não compartilhar objetos e material de uso pessoal, tais como toalhas, roupas, lençóis, escovas de dente, talheres, até o término do período de transmissão.
Diário do Nordeste