Investigações da Polícia de Sergipe apontam que a cirurgiã plástica Daniele Barreto foi a responsável por avisar os assassinos do marido sobre a hora exata em que ele estava saindo de casa. Na emboscada, ela pediu para que o advogado José Lael Rodrigues fosse até uma lanchonete comprar açaí, momento em que dois homens em uma moto o seguiram e fizeram os disparos. Segundo a polícia, Daniele arquitetou o crime com a ajuda de uma amiga e de sua secretária. As três foram indiciadas e presas nessa terça-feira (12).
A hipótese de o advogado ter sido morto pelo crime organizado foi descartada após a polícia coletar imagens do entorno do prédio da vítima, registradas horas antes do crime. José Lael foi morto no dia 18 de outubro, enquanto trafegava no Bairro Treze de Julho, em Aracaju.
Nas gravações de câmeras de segurança é possível ver o momento em que um veículo Polo estaciona em frente à residência de José Lael. Minutos depois, ele sai para comprar açaí com o filho Guilherme Campos Bourbon Rodrigues, de 20 anos. Neste momento, Daniele avisou a amiga e a secretária que estavam no carro, e elas deram o aval para os executores, que seguiram o advogado de moto e o mataram.
O assassinato ocorreu quando o advogado e o filho estavam retornando para casa após comprarem o açaí. O jovem, que estava dirigindo, chegou a ser atingido pelos tiros, mas conseguiu seguir até o hospital. O pai já estava morto dentro do carro.
Carro do crime alugado
De acordo com a investigação, o carro Polo usado no crime pela amiga e secretária de Daniele, que não tiveram a identidade revelada, foi alugado dias antes do crime. A polícia descobriu o envolvimento das duas mulheres após imagens de câmeras de segurança as gravarem recebendo os executores no veículo no mesmo dia do assassinato. Gravações mostram ainda ambas saindo do carro juntas.
Histórico conturbado do casal
A delegada responsável pelo caso apontou que Daniele e José Lael tinham um histórico de relacionamento conturbado, com inúmeras tentativas de separação. O advogado desconfiava que a mulher mantinha uma relação extraconjugal e isso teria causado uma briga entre o casal no dia anterior ao crime, ocorrido no dia 18 de outubro.
Em seu perfil nas redes sociais, a médica acumula mais de 145 mil seguidores.
A operação foi realizada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope). Além das prisões, foram cumpridos mandados de busca e apreensão na capital, nos bairros Treze de Julho, São Conrado e Santa Maria.
O Globo